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sábado, 14 de novembro de 2009




Descobri que não há nada pior do que amor mal-resolvido. Lidar com a perda de encantamento e do brilho dos olhos é somente para os fortes. Por diversas vezes, me senti fraca, muito mesmo. Fui pega pelo nível mais avançado do vírus. Sentia que não existia mundo fora do meu quarto frio, que sempre procurou desesperadamente me aquecer, enquanto eu me cortava de maneira compulsiva por dentro. Eu só sabia deixar a maquiagem escorrer pelo meu rosto e me encher de esperanças tolas e sem sentido.

Ainda dói, sabia? Não como antes, claro. Acredito que quando conhecemos o nosso limite não só de amor, mas de dor também, nos tornamos mais duros com os romances de estação que surgem ao longo da vida. O próximo sempre vai ter que lidar com as feridas entreabertas que acumulamos no corpo. Ia ser fantástico poder apagar todas as memórias antigas e incovenientes que cismam em surgir quando estamos recomeçando. Não, eu nunca iria conseguir te apagar. Pelo contrário, reviveria tudo, até mesmo, com mais intensidade, se soubesse o momento exato que você ia me deixar. Imagina nunca saber o que é se sentir completa quando você me envolve nos seus braços? E me sentir dramática todas as vezes que escrevo sobre você.

Sempre gargalhei de todos os tipos de declarações intensas que já li e presenciei. Nunca achei normal alguém se apaixonar à primeira vista ou conseguir se sentir protegida com as mãos dadas, e hoje, vejo que eu sempre fui a grande tola. Você some e tudo que me cerca, se torna desinteressante e sem graça. Meus relacionamentos não duram mais que alguns drinks, minhas festas e sorrisos são sempre pela metade e, quase sempre, estou tensa, me concentrando para andar na linha. Sem perder meu caminho, minha boa índole e os princípios que ainda restam.

Eu nunca sequer procurei anestésicos em outros corpos, muito menos em remédios, mas o que fazer quando você desperta instintos e desejos obscuros que nem mesmo eu conhecia? Sinto vontade de me afundar em algum copo de bebida ou uma droga qualquer, para que as pessoas pareçam mais interessantes e eu, mais interessada. Quero recomeçar, faço disso um exercício diário. Mesmo que seja falso, mesmo que nunca saia completamente de mim. É, eu finjo. Não sou aquela bonequinha que você conheceu, usou e cansou de brincar. Nunca fui. Minto, choro, escondo as minhas dores de pessoas desnecessárias e grito todas elas, em um choro abafado, para quem eu deveria fugir, e uso quem se importa de verdade comigo. É da minha natureza. Talvez eu nem gostasse tanto assim de você, se não fossemos tão diferentes. Cansei do comum. Cansei dos sorrisos que já fingi depois que você bagunçou a minha vida. Cansei se precisar de alguém correndo atrás de mim para me sentir menos sozinha. Cansei de me sentir metade.

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