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domingo, 31 de janeiro de 2010



Eu sempre temi contar os meus medos para qualquer pessoa. Acredito que nossos pontos fracos devem ser escondidos até o último instante e só devem ser revelados sob tortura, mas o que fazer quando tudo sai o contrário do que sempre planejamos de maneira fria e calculista? As pessoas sentam em roda para discutir minha vida amorosa e mando todos calarem a boca, do jeito mais grosseiro e confiante possível, como se eu soubesse todos os passos que estou dando e por isso, não dou a mínima pra opinião de todos eles. O que fazer quando todos te julgam sem orgulho ou amor próprio só porque você faz questão de lutar por quem ama? O que fazer quando colocamos uma pessoa em primeiro lugar e deixamos de lado nossas vontades e exigências?

Eu sempre tive um medo absurdo de magoar as pessoas de que gostava. Me desdobrava, me descabelava, mantendo sempre um sorriso confiante no rosto, como se não estivesse fazendo quase que nenhum esforço para agrada-lás. E de nada valeu a pena. Aquela história de que devemos ser o que queremos pra nós, apesar de todo o resto, é a maior verdade que poderiam ter dito por aí. Mas quando é que vamos nos conformar que dificilmente encontraremos pessoas iguais a nós?

Cuido para que todos os meus passos sejam mantidos na linha enquanto estou aqui. Sozinha e fria, por dentro e por fora. Me olho no espelho e parece que é, cada vez mais, claro. Eu já consigo ver menos tristeza no meu olhar. Óbvio que às vezes, acordo como uma criança assustada no meio da noite, e novamente, minha visão se torna turva e perdida. Mas é somente questão de momento. Trata-se apenas de ventos inesperados, cheios de lembranças que ainda machucam. E toda vez que alguém insiste em me fazer um carinho mais demorado, eu me isolo num canto qualquer para chorar. Desaprendi a lidar com o compromisso de ser importante para alguém.

E lá estou... Em silêncio, retocando cada centímetro de rosto para esconder cada milímetro de alma machucada. Não é assim que fazem? Não é assim que ensinam em todas as revistas femininas? Ensinando todos os dias que as mulheres não devem ter coração, devem apenas ter inúmeros homens sem qualquer futuro atrás, para que o ego seja sempre massageado e se mantenha inflado. E no final das contas, acabamos sempre mais solitárias do que antes de entrar nesse jogo doentio. Terminamos com um olhar fixo direcionado para o nada, pensamentos vazios, café e com uma mistura de cheiros desconhecidos, de homens que nunca mais veremos. Nesse momento me pergunto: Quando é que valeu a pena não ser de ninguém?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010



Eu sempre tive medo da maneira absurda de carinho que quis te dar. Tive medo de gostar mais ainda de você e tornar o que podia ser um simples vento na minha vida, uma dependência. Evitei que você olhasse demais nos meus olhos e descobrisse todos os segredos que escondia, temi cada vez que você insistia em me envolver como se eu fosse uma criança precisando de proteção e fugi do meu coração todas as vezes que ele insistia em nós dois. Assumo que foi por medo. Medo de fazer de você o meu mundo. Medo do amor enorme que sempre quis te dar, mas não sabia nem por onde começar. Medo de ser feliz demais, mas ser sozinha. Quem me garantia que eu não seria apenas mais uma menina boba que você está só pra passar o tempo?

Desde que você apareceu na minha vida pacífica e confusa, procurei me convencer todos os dias de que não gostava de você. Não gosto, não gosto, não gosto! E você acha que adiantou? Até hoje, quando mais me esforço para não pensar em você, mais penso. Meu coração passou a me sabotar, fazendo com que meu sentimento puro não se transformasse, em momento nenhum, em ódio. Enquanto eu lembrava do quanto chorei e me machuquei, ele tratava de mostrar o seu rosto nos meus sonhos. Como se qualquer dor pudesse ser esquecida ou ignorada quando você voltasse pro meu lado. É, quando você voltar. Acredita que ainda penso nisso de vez em quando? Imagino coisas que podem acontecer e sorrio como se você fosse aparecer daqui a 5 minutos na porta da minha casa, com uma caixa de bis branco. É, pode rir agora. Curioso como não podemos (ou não evitamos) controlar esse tipo de pensamento doentio, não é?

Agora é raro. Quase não penso mais em você, quase nem sinto mais você dentro de mim como antes. E sabe o que é engraçado? Mesmo assim, ainda não consigo ser indiferente. Eu ando, sorrio e até sei me entregar a outras pessoas de vez em quando, mas no final do dia, dou um valor incrivelmente absurdo a solidão. Faço questão de me encher de outras prioridades e esperar o dia de amanhã resolver todos os meus pequenos medos que já nem me incomodam mais. E eu poderia passar horas falando sobre você sem, ao menos, mover um músculo, mas tremo com a possibilidade de te ver por aí em outros braços ou em algum sorriso conhecido. Me traio todas as vezes que insisto em escrever sobre outros assuntos e acabo escrevendo páginas e mais páginas sobre você. E descubro que não dá pra fugir do que me faz suar frio num piscar de olhos. Vejo que a melhor saída nada mais é do que manter a cabeça cheia e o coração desocupado.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010



Gosto de homens mais novos pelo simples fato de ainda possuírem um brilho despreocupado no olhar. Encontramos junto dos hormônios agitados, corações menos machucados e mentes nem um pouco aflitas com o dia de amanhã. Eles são responsáveis pelas risadas mais sinceras e conseguem falar de todos os segredos e medos sem qualquer limite. São donos de corações cheios de sede de histórias para contar e sequer conseguem falar de amor de maneira cruel ou desesperançosa. Acreditam no dia de amanhã como se fosse o último de suas vidas. Possuem um cheiro familiar e inocente que nem mesmo uma noite de amor com eles consegue tirar. Nós, com alguns anos a mais, mas com a cabeça atordoada de passados e problemas, sentimos como se tivéssemos apenas um dever: protege-los. Queremos envolver nossas crianças adultas em um abraço sem fim, tentando preservar cada princípio e sonho. Eu já tinha esquecido como é o cheiro dos 16 anos. Do calor, da irresponsabilidade insana e dos corações vazios e saudáveis. Gosto do faro inocente e desajeitado, das mãos suadas, da ansiedade incontrolável. Da maneira intensa como amam ou odeiam. Gosto do romantismo que ainda não se perdeu no meio de traições e ilusões. E gosto de como valorizam as pequenas coisas, principalmente, uma das melhores invenções: Cinema em um sábado à tarde. Mesmo que o filme não importe e somente a companhia baste.

Em compensação, gosto dos homens mais velhos também. Apesar de sempre deixarem o coração de lado, dando mais valor ao lado racional, sabem como ninguém, nos surpreender com palavras e gestos. As ilusões provocadas por eles são sempre mais dolorosas e inesquecíveis. Os amores mais marcantes. São mais sérios e exigentes, por isso, são donos de mistérios curiosos e interessantes. Nunca sabemos realmente o que estão pensando. São menos intensos, mais realistas. Nunca tiram os pés do chão e levam suas decisões a sério, de maneira fria e calculista. Sabem como ninguém dar abraços recheados de proteção, fazendo com as mulheres se sintam como crianças indefesas, por isso, são os seres mais apaixonáveis que já conheci. Tratam nossos corações com uma delicadeza absurda que aprimoraram com o passar dos anos, descobrindo assim, todos os nossos pontos fracos (e fortes também). Todos possuem cheiro de futuro, tranqüilizando todos os nossos medos obscuros sem, ao menos, nós contarmos. Sabem como ninguém, todos os toques e sorrisos necessários para serem marcantes. Até mesmo Nelson Rodrigues diz que todos os homens deveriam nascer com 35 anos completos, já que com 18, mal sabem dar bom dia á uma mulher.

Qualquer semelhança entre eles não é mera coincidência. Meninos, garotos, homens, senhores... Como escolher se cada um é dono de um charme e uma lembrança inesquecível?

sábado, 2 de janeiro de 2010




Pronto, já decidi. Agora sou assim! Criei uma espécie de armadura resistente em volta do meu coração, por isso, todas as vezes que um encontro termina, corro para casa, para tirar o cheiro de outros homens do meu corpo rapidamente, como se você pudesse chegar a qualquer momento e chamar o 'seguir a vida' de traição. E me pego sendo, cada vez mais, boba. Me encaixando no tipo de mulher que sempre temi: A que espera.

Me recolho toda vez que algum desses homens que aparecem, insiste em me tocar mais do que o necessário, e acabo gostando da sensação de ter não ter ninguém. E agora?! Ah, eu sou aquela que você não vai ver quando o dia amanhecer e vai fugir de todas as vezes que suas mãos tentarem acariciar não só meu rosto, mas também meu coração. Sou aquela que dá o melhor de si para que você fique, mas é a primeira a ir embora.

E sim, confesso que odeio quando os homens que aparecem tentam provar que podem me fazer feliz. Eu sei que vocês podem e sei, mais ainda, o quanto só me relaciono com pessoas de personalidade incrível de uns tempos para cá, mas não adianta. Pode mover mundos e fundos por mim, diga que larga todas as outras só pela minha companhia e até mesmo, que sou a mulher da sua vida. Não tem como você massagear mais o meu ego do que dessa maneira, e fazer com que eu te deva amizade e gratidão pelo resto dos meus dias, mas o máximo que você pode provocar em mim é um sorriso torto e sem graça, deixando claro que você vai ser apenas uma culpa ou uma necessidade de amor que não posso (e não quero) suprir.

Meu problema é específico. Tem nome, endereço e principalmente, história. É uma daquelas bagagens que você leva por toda a vida nas costas e ao menos, sabe o porque. Não machuca os ombros com frequência, mas não hesita em avisar, de vez em quando, que nunca saiu do mesmo lugar. E no meio de tanta confusão, eu só quero cuidar de mim. Quero pode mexer em caixas velhas com lembranças que não vão me machucar mais, ou até vão, mas eu quero fazer isso sozinha. Quero não precisar mostrar todas as minhas qualidades e defeitos de novo, e depois, agir como se esperasse o fim antes mesmo do começo. Não quero ajuda, não quero consolo, não quero mais ninguém. Eu só quero ser dona dos meus próprios passos e dar satisfações apenas pro meu destino. Em um mundo onde o amor é descrito com temores e dor, só resta a esperança.