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sábado, 24 de abril de 2010



Como é que sabemos quando um amor vira obsessão? Minha cabeça dá um nó e eu já não consigo mais pensar em nenhuma teoria para explicar como meu caso deve ser mais sério do que parece para as pessoas. E eu tenho medo. Medo do amor e da dor serem eternas. Medo de tudo isso me consumir tanto, mas tanto, que para eu conseguir abrir os olhos todos os dias, seja necessário me envolver com gente sem alma e nenhuma estrutura para me ter além de alguns instantes. E olha que curioso. Enquanto todos tem medo da morte, eu não tenho. Eu tenho medo do amor. Medo do sentimento que matou os poetas e mesmo assim, foi considerado nobre e puro.

Vejo que é exatamente como uma frase que li por aí. Eu me fantasio de puta, só pra você não ter medo de todas as coisas lindas que eu não canso de guardar pra você. Torcendo pra amanhã te dar uma vontade danada de jogar tudo pro alto e me procurar. E não precisa dizer nada não. Eu leio os seus olhos e tomo sua boca como consequência. Não tente se explicar, sequer tente dizer algo. Deixa eu fingir surpresa e nenhuma saudade. Mas se isso durar mais do que alguns segundos, me abrace o mais forte que puder. Você sabe como me desarmar até a alma e me encher de medos antigos. Medos que sequer lembro que tenho, quando você está perto de mim.

A água do chuveiro queima a minha pele e eu volto para a minha vida nada americana e tumultuada por pessoas desinteressantes. Hoje doeu mais do que ontem, mais do que mês passado. E aí, eu vejo que de nada adianta ficar corroendo todos os órgãos do meu corpo com qualquer ácido barato, se a pergunta certa não é até quando dura um amor. Então eu me pergunto: Até quando dura uma dor? Com a esperança de encontrar qualquer teoria boba e sem nexo, só para me servir de apoio, para que eu, finalmente, consiga mudar o disco e a minha vida.

2 comentários:

Amanda Arrais disse...

Gostei do texto inteiro, parabéns!
Uma reflexão fatídica:

"...a pergunta certa não é até quando dura um amor. Então eu me pergunto: Até quando dura uma dor?"

- JÉSSICA LOUREIRO; disse...

"Eu me fantasio de puta, só pra você não ter medo de todas as coisas lindas que eu não canso de guardar pra você."

Suas palavras me encantam, pra mim seu amor é lindo! porém sei, que para você não é tão lindo e fofo, como todos por aí acham.
enfim, me encanto a cada dia com a sua forma de escrever. elas me impressionam, e um dia quem sabe você faz um livro *-*
bjs, e sucesso :*