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sábado, 20 de novembro de 2010




Eu não tinha certeza do que me prendia a ele, mas também não fazia ideia do que não me deixava ir embora. Ele nunca passou se um cara comum, desses que eu poderia conhecer em qualquer barzinho, rodeado por amigos, mulheres descartáveis e boa bebida. E isso me angustiava mais do que o normal. Afinal, maior parte desses caras que conhecemos por aí são iguais, mas eu tinha certeza de que ele não se encaixava tão facilmente assim nessa laia. Eu queria saber se estava enganada, se ele realmente não era mais um cara banal que ia passar na minha vida.

Nos beijamos. Ele não precisou de mais de meia dúzia de palavras para me beijar. Um absurdo, eu sei. Mas naquele dia, eu quis testar os meus limites. O álcool não me dominava. Alias, verdade seja dita: Ele nunca me dominou. Mas como eu não faço nada na vida sem uma teoria ou justificativa, o usei sem pensar duas vezes. E naquele momento, ele deixou de ser mais um cara vazio. Em questão de segundos, eu já tinha percebido que estava me metendo em uma das maiores furadas da minha vida. Certos beijos possuem tanta intensidade, tanta entrega, que valem mais do que uma vida.

Nenhum diálogo, nenhuma amizade de anos ou qualquer envolvimento possível que eu poderia ter com ele, não se comparava a nossa afinidade. Eu queria saber dos seus medos, do seu passado, do seu sexo. Eu queria ter ele nas mãos com a mesma ansiedade de uma criança com um brinquedo novo. Sem perceber, eu havia me transformado em uma criança mimada, egoísta e ciumenta. Não dividia, não emprestava, não vivia. E quando abri os olhos e chorei o maior choro do mundo que eu finalmente percebi o quão profundo era o poço em que eu havia me metido. Desde o começo, eu sabia que ele era confusão das boas, mas o que algumas palavras bonitas não fazem? Que mulher não quer ser a exceção do cara que ama? Que mulher não procura sinais o tempo todo, na esperança de encontrar uma solução pro que machuca? Observação: Nesse momento, meu professor acaba de dizer, aleatoriamente, que uma vida boa não é de mais nem de menos, é a boa pra dois. Isso deve ser um sinal, não é? Triste realidade.

É, você, minha mãe, meus amigos e até mesmo meu professor de histologia acham que eu deveria colocar fim no que me machuca mais do que me faz bem. Mas será que alguém pode se colocar no meu lugar? Eu tirei toda a minha armadura, abandonei meus medos e ignorei meus princípios para ficar do lado dele. Ele descobriu coisas que eu não fazia ideia de que escondia. Fez meu corpo, minha alma, meu sorriso de mapa e explorou cuidadosamente cada sarda minha. E toda vez que me perguntam o que esse cara comum tem de tão incrível pra me manter fiel aos meus sentimentos mesmo na dor, eu me mantenho silenciosa. Sequer me dou ao trabalho de responder. Ele tem tudo ao seu favor e isso basta.

8 comentários:

Camila Paier disse...

Thais, Thais. Gosto do que escreve, começo assim. Acho que tu sente, ao invés de sintetizar, o que é bastante notável nas tuas palavras, nas frases formadas. Gosto dos teus escritos, mais que muitos blogs por aí, que comentam no meu, e respondo por educação - alguns deles, não todos.
E eu te entendo. Entrei no teu blog, e me deparei com um desses textos em que a gente vive ou já vivenciou, e entende. Lê e assente com a cabeça, saca? E quero que fique registrado aqui: esses caras tão comuns aos outros e especiais à nós, são mesmo tão únicos e singulares, peculiares, que só quem sentiu tudo isso na pele compreende.
Um beijo pra ti, moça do Rio.

Amanda Guimarães disse...

Lindo amigaa!!
Lindo mesmo!
E eu me coloco no seu lugar, tá bem?! rsrsrsrs
AMEI

Brunno Lopez disse...

Brutalidade gratuita? Tempestade de afinidade? Entrega impensada de terreno sentimetal? Pode ser.
Como julgar isso? Como colocar uma vírgula nessa sentença que você decidiu escrever à mão livre?

O que posso dizer é que está envolvente e interrogativo. Curioso, distinto.
Armaduras existem pra se defender do que achamos que machuca. Mas olha, ela nunca funciona contra alguns feitiços cardiovasculares.

Anônimo disse...

ele é normal para todos, mas pra gente ele é único, vai saber porque não é? são coisas do coração, e as vezes nem mesmo a gente entende. dói ouvir todo mundo dizer "esquece o que não te faz bem" e saber que temos mesmo que esquecer. a gente não esquece porque ele se fez tão único e tão diferente dos outros que simplismente deixá-lo ir embora machuca. ;99

Anônimo disse...

Oiii, adoro os seus textos!

disse...

Ééééé... complicado né?!
Tbem já me perguntei isso várias vezes... e talvez pior seja qd vc tem consciência disso. Tipo chorar e enqt o faz, pensar 'mas pq?!' e ainda assim não conseguir parar...
É...

Juliana Castelo Branco disse...

E qual mulher nunca se meteu na vida numa furada dessas? Eu que o diga!
Adorei seu blog, tô te seguindo!

O que se usa! disse...

Thais,amo demais seus textos .. e quero muito falar com vc ..
se puder me add no msn jadi_sfs@hotmail.com ou me procura no orkut Jadi Nogueira .. eh urgente .. obrigada desde já
Beeijão