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domingo, 30 de outubro de 2011





Perco a hora, quebro um prato e esqueço de conferir se a minha melhor amiga está melhor depois do pé na bunda que levou. Estudo menos, penso mais. Como mais, vou menos para a academia. Demonstro frieza, exponho loucuras. Mostro minhas olheiras, os quilos a mais, o corpo mais flácido, o cabelo despenteado. As unhas estão com esmalte descascado, meu casaco é grande, minha vergonha na cara é pequena. Olho o celular o tempo todo, verifico se meu chat do facebook está funcionando, atualizo meu email, checo até meu orkut, nunca se sabe. Não estou esperando ninguém específico, não estou apaixonada nem ansiosa. Eu só sinto falta de alguma loucura pra tumultuar meus dias. Não sei como continuar acordando toda manhã sem entender se sou feliz ou triste.

Ok, voltei para a academia, vou pro salão uma vez por semana, penteio o cabelo (quase sempre), troquei as redes sociais por alguns seriados, troquei meu moletom. Mas é claro que as coisas não foram tão fáceis assim. Antes de me considerar uma feliz mediana, eu sofri que nem o diabo. Fui no inferno e voltei diversas vezes. Não seria eu se, simplesmente, tivesse sido feliz pra sempre. Tomei um porre, chorei pelos cantos, beijei quem não devia, dei mole pra quem não queria, coloquei minha saúde em risco. Você deve estar pensando: "Agora sim, essa é a Thais!". E sou eu mesmo. Preciso perder tempo e experimentar o lado ruim das coisas frequentemente. Não culpo Deus, o destino ou a fada do dente. Me culpo, porque sou tão confusa (e maluca) e pseudo-distraída (e maluca) que preciso arriscar perder o mundo. Preciso terminar chorando feito uma criança mimada toda vez que perco, abandono e/ou deixo pra lá o que realmente importa. Só assim que eu aprendo.

Eu vivo perdendo tempo. Não aproveito as chances que a vida me dá, porque sou desconfiada e indecisa. Bateu preguiça? Eu não estudo antes da véspera. Promoção da minha loja favorita? Não compro nada porque não quero ficar sem dinheiro. O cara é incrível, está louco por mim e fala até da nossa futura casa de praia? Eu fujo, porque tenho medo de gente que gosta muito de mim, já que eu sou a parte que sempre gosta mais. E sabe o que acontece enquanto eu penso se vale a pena? A prova complica, a loja enche e o cara conhece outra garota disposta a ter uma casa de praia com ele. Eu perco tempo, vida, gente, história e principalmente, felicidade. Perco por falta de tempo.

7 comentários:

Denise Rodrigues disse...

'Acredito na força das palavras... Oie sou Denise Rodrigues,estou começando agora a escrever e gostaria de amigos,e quem sabe talvez com mais audácia 'leitores'..se não for muito incomodo gostaria de seguidores,eu sigo também (deixa recadinho q vou atras e sigo).. obrigada pelo empurrãozinho de antemão,seu cantinho é lindo por isso parei um pouco por aqui! bjs Uma ótima noite! Denise Rodrigues

Ciro Leonardo disse...

Eu me sinto muito parecido com você, Thais. Eu me sinto perdendo tempo a todo instante, mas é por falta de coragem. É assim que me defino. Sabe... eu entrei em 2008 na faculdade e ainda estou fazendo Histo 1. Tente se concentrar no que é mais importante, que deve ser a faculdade. Com certeza o cara da casa na praia tava viajando, ou que morra afogado na própria piscina de desilusões por ele criada em todas as que acreditaram nessa história de casa na praia.
Beijos, minha ruiva loira favorita!

Keu Azevedo disse...

Nossa, adorei o texto! Mesmo.
Me identifiquei tanto!
Bom passar por aqui, nunca tinha vindo...
Adoro gente que escreve com esse 'quê' Bridget Jones...
Agora dá licença que vou futucar mais um pouquinho...

Brenda Kellen disse...

Nossa, que postagem interessante, Eu me identifiquei muito, e parabéns, você escreve muito bem. Tudo muito a sua cara aqui *-* estou seguindo, me visita? beijos :*

Camila disse...

eu gostava de arriscar perder tudo, até o dia que eu perdi de verdade

Brunno Lopez disse...

Ora, mas que desabafo bem argumentado.
Eu vejo figuras de linguagem, eu vejo comprometimento, eu vejo cadência, eu vejo exatamente o que via antigamente por aqui.

Tantas verdades aqui. Algumas teorias tão plenamente aplicáveis em nossos dias. Você se define em todas as linhas de um jeito único.

O passeio valeu a pena. Talvez a casa na praia seja pouco pra você.

Pe disse...

"O cara é incrível, está louco por mim e fala até da nossa futura casa de praia? Eu fujo, porque tenho medo de gente que gosta muito de mim, já que eu sou a parte que sempre gosta mais."
Tenho pra mim que está foi a parte que mais me identifiquei. É engraçado (e terrível) quando as coisas boas assustam a gente.E quando chega o que a gente mais deseja, a gente corre na direção oposta. Sentimentalismo pulsante neste texto. Tens uma nova leitora aqui.