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terça-feira, 12 de março de 2013

2011.

Passei um tempo pensando em filmes de comédia romântica e no seriados que eu costumava acompanhar toda semana, e dei risada quando tentei encaixar qualquer uma daquelas histórias bobas com a minha vida amorosa. Ninguém foi me buscar no aeroporto pedindo pra eu não ir embora, o meu melhor amigo não confessou que sempre foi apaixonado por mim, eu não era a menina popular que arrasava corações e se apaixonou pelo cara mais casca grossa do colégio nem nada parecido. Relacionamentos são complicados. Passamos a vida agarrados na ilusão de que tudo funciona como aparece na televisão. O cara nunca te trai, nunca vacila, nunca é inconveniente. Se ele erra, no minuto seguinte, a campainha da sua casa está tocando e você está sendo surpreendida com lindas tulipas amarelas acompanhadas de um cartão com poucas palavras e tudo está perdoado. Tudo volta ao que era antes. Sem mágoas, ressentimento ou qualquer desconfiança. Eu não sou assim e definitivamente, minha vida nunca chegou perto de ser um mar de rosas.
Fui criada tradicionalmente. Meus namoradinhos de escola nunca entraram na minha casa. Não só porque eu sempre tive medo de dar a cara a tapa, mas porque nunca fiz questão de verdade. Por isso, tive alguns dramas bobos e descobri rapidamente que sempre escolhia os caras mais babacas desde nova. Jamais falei de meninos na mesa do jantar ou compartilhei coisas íntimas com os meus familiares, apresentei namoradinhos ou frequentei a casa deles enquanto estávamos juntos. Sempre fui uma pessoa difícil de lidar. Fui criada, educada e mimada assim. E o melhor de tudo (depende do ponto de vista): nunca aceitei mudar por nenhum deles. Não gostou do meu melhor amigo? Dane-se. Não gostou do tamanho da minha saia? Dane-se. Quer que eu delete aquele cara que me perturba as vezes do facebook? Dane-se. Eu nunca aceitei mudar porque sempre tive medo de ser uma dessas mulheres sem personalidade que recebem ordens dos namorados. Sempre tive medo de ser só mais uma e com isso, eu fazia a diferença. Nem sempre de forma positiva, lógico.
Achei que pudesse enrolar esses caras o resto da minha vida e não me importava se eles não acreditavam, sinceramente. Afinal, eram apenas alguns meninos que apareciam no meu caminho e me faziam um afago no coração. Sempre fiz o possível para manter meu coração vazio. Não só por desgosto ou por estar cansada de vivenciar as mesmas histórias e conhecer o mesmo tipo de homem em todas as esquinas. Mas porque eu estava cansada. Cansada de chorar, sofrer e me descabelar por esses tipinhos descartáveis. Até que quando eu menos esperava, conheci esse cara. Ao contrário do que vocês pensam, eu não vou descrever um príncipe encantado e terminar parecendo que vivo em uma comédia romântica. Ele é cheio de defeitos. Tem amigos demais, problemas demais e uma cabeça cheia de códigos que até hoje, depois de um ano, tenho dificuldade em decifrar. O cara não me dá alianças, flores toda semana, não me enche de declarações inesperadas, mas… eu tenho certeza que ele vai me dar dois filhos lindos, uma casa no campo e um peito pra eu encostar a cabeça todas as noites, antes de dormir, quando os problemas parecerem muito maiores do que são.
Ele tem um sorriso meio bobo e olhos lindos, daqueles que você precisa observar por um tempo pra reparar que são claros e quando percebe, passou a vida inteira olhando para eles. São olhos claros-timidos, se é que isso existe. Já contei o jeito que ele dirige? Ele me enlouquece constantemente com a maneira de como não diminui a marcha pra passar nas lombadas. Ele me ama incondicionalmente e eu nunca fico em dúvida em relação aos seus sentimentos. Mas você acha que aceitei meu destino tão fácil assim? Se fosse fácil, meu nome não seria Thais. Eu relutei dezenas de vezes contra os meus sentimentos e fugi até não poder mais. Tudo isso porque eu nunca havia conhecido alguém tão incrível na minha vida e eu morria de medo. Não morria de medo de me jogar e entrar de cabeça, morria de medo de estragar tudo com a mala de manias e defeitos que eu carrego. Me escondi, machuquei, fui machucada, senti saudade, senti algumas misturas de sentimentos que eu nunca vou conseguir explicar, e finalmente, senti o amor.
Ele é um cara tão legal que mesmo fazendo tudo por mim, eu vivo de mãos dadas com a insegurança. Afinal, porque depois de todos esses anos de socos e pontapés eu, finalmente, ia tirar a sorte a grande? Mas aí eu me pego perdida naqueles olhos lindos e já era! Cadê a insegurança? Cadê as minhas neutras? Cadê a antiga Thais? Procuro uma, duas, dez vezes e na-da. Tudo sumiu. Agora o mundo é colorido, nunca mais enxerguei ninguém preto e branco. Depois que conheci esse cara, minha vida só mudou pra melhor. Não só minha vida, eu passo dia e noite tentando mudar vários pedacinhos de mim só pra ele ser feliz do meu lado e jamais pensar em tirar as mãos das minhas. Depois que esse cara entrou na minha vida, eu sinto saudade sincera, enlouqueço com cada sumiço bobo, mando 365 mensagens e espero resposta de todas, escrevo cartas românticas, toda música que escuto parece nossa. Todas as noites que deito a cabeça no travesseiro, penso nele. Todos os dias que abro meus olhos pela manhã, penso nele. Penso nele na cama, no banho, na faculdade, na autoescola, na academia, no carro, no metrô. Penso nele o tempo todo e nunca parece o suficiente. E eu decidi que mesmo ele não tendo ido ao aeroporto atrás de mim, em 2011, quando eu estava indo pra Disney, ele continua sendo o meu final feliz. Ele continua sendo o meu príncipe encantado.

2 comentários:

Brunno Lopez disse...

Parece que a leonina solitária desistiu de desistir do amor, certo?

E que bela descrição de anti-herói. Eu sou fã do que não é convencional, mesmo que não renda roteiros de cinema. O importante mesmo é você ter essa certeza de que a aposta vale as fichas que você ganhou durante a vida toda.

Espero que tenha voltado pra ficar.

Bruna Lewis disse...

Sempre vou amar o jeito que você escreve. Sempre diz tudo que eu gostaria de dizer.

Parabéns Thais.
Grande Beijo.