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sábado, 24 de abril de 2010



Como é que sabemos quando um amor vira obsessão? Minha cabeça dá um nó e eu já não consigo mais pensar em nenhuma teoria para explicar como meu caso deve ser mais sério do que parece para as pessoas. E eu tenho medo. Medo do amor e da dor serem eternas. Medo de tudo isso me consumir tanto, mas tanto, que para eu conseguir abrir os olhos todos os dias, seja necessário me envolver com gente sem alma e nenhuma estrutura para me ter além de alguns instantes. E olha que curioso. Enquanto todos tem medo da morte, eu não tenho. Eu tenho medo do amor. Medo do sentimento que matou os poetas e mesmo assim, foi considerado nobre e puro.

Vejo que é exatamente como uma frase que li por aí. Eu me fantasio de puta, só pra você não ter medo de todas as coisas lindas que eu não canso de guardar pra você. Torcendo pra amanhã te dar uma vontade danada de jogar tudo pro alto e me procurar. E não precisa dizer nada não. Eu leio os seus olhos e tomo sua boca como consequência. Não tente se explicar, sequer tente dizer algo. Deixa eu fingir surpresa e nenhuma saudade. Mas se isso durar mais do que alguns segundos, me abrace o mais forte que puder. Você sabe como me desarmar até a alma e me encher de medos antigos. Medos que sequer lembro que tenho, quando você está perto de mim.

A água do chuveiro queima a minha pele e eu volto para a minha vida nada americana e tumultuada por pessoas desinteressantes. Hoje doeu mais do que ontem, mais do que mês passado. E aí, eu vejo que de nada adianta ficar corroendo todos os órgãos do meu corpo com qualquer ácido barato, se a pergunta certa não é até quando dura um amor. Então eu me pergunto: Até quando dura uma dor? Com a esperança de encontrar qualquer teoria boba e sem nexo, só para me servir de apoio, para que eu, finalmente, consiga mudar o disco e a minha vida.

domingo, 18 de abril de 2010




Esteja certo de que sei ser amável e educada. Cruzo minhas pernas em câmera lenta, como se estivesse em algum filme banal e americano, em que a mocinha esbanja sensualidade sem perceber, e mantenho um sorriso impecável, digno de te prender por quanto tempo eu achar necessário. Treino caras, bocas e toques no espelho, como se fosse alguma espécie de fórmula para te cativar. Gasto horas escolhendo o vestido mais bonito, que não pareça tão especial assim, para que você não perceba. E eu tenho tudo para te impressionar e fazer com que você me ache a mulher mais sensível, controlada e perfeita do mundo. Dessas que cabem direitinho na sua vida e você sequer vai conseguir encontrar um defeito para reclamar entre um chopp e outro com seus amigos. Definitivamente, eu sei ser incrível. Mas o que é que vem depois?

Não me confunda com essas meninas bobas que tem medo de viver, muito menos, com essas que conseguem tirar a roupa no primeiro encontro. Saiba que não suporto meio-termo, intensidade é obrigatório. O morno me cansa, me consome inteira por dentro. Aceite meu lado mulherzinha que chora com a novela das 20h, mas ri alto com filmes de terror. Respeite o meu silêncio, que é mais produtivo que meu estado de euforia. Tente entender que vivo em um eterno carnaval de emoções inexplicáveis. Entenda que minha lealdade e fidelidade não significam que estou em suas mãos! É apenas um princípio que não descarto por ainda acreditar no ser humano. Não duvide das minhas promessas, dos meus sonhos infantis e do meu amor. Confie na minha transparência. Sou eternamente explícita. Se não gosto, não faço charme. Doa a quem doer, minha sinceridade e bem-estar são colocados em primeiro lugar, não nego.

Seja você mesmo. Me mostra que o céu pode ser azul quando temos o lápis de cor certo. Deixa eu te ver acordando e me faça assumir que te acho lindo de todas as formas. Me conta seus segredos, esconda seus pontos fracos. Deixa eu te observar em silêncio e analisar todas as suas expressões. Eu posso descobrir sua vida, seus medos. Me encha de elogios sem importância. Desses que você diz para todas as outras, mas eu me engano, e me sinto única. Me conquiste todos os dias. Me apresente mãos, bocas e sensações até então desconhecidas. Faça com que eu não tenha olhos pra mais ninguém. Supra todas as minhas necessidades, fazendo com que eu me torne dependente de você . Suma no dia seguinte e me deixe louca. Domine meus pensamentos e minhas pernas. Entre na minha vida sem pedir licença. Desorganize meus sentimentos, assuma meus medos e dê um motivo para que eu acorde sorrindo todos os dias. Cuide do meu coração e da minha vida vazia. Seja meu, porque eu já sou sua.

quarta-feira, 7 de abril de 2010



Depois de tanto perturbar o juízo dos meus amigos, com meus problemas inventados ou descobertos, decidi que é melhor guardar só pra mim, toda a tristeza inconstante e aleatória que vive me perseguindo. Mesmo morrendo de medo de que isso possa se tornar uma depressão ou uma rotina entediante, sigo em frente. Não luto contra nenhuma dor que tente me atingir. Gosto de me contorcer na cama, enquanto choro sem, ao menos, saber o motivo. Não, eu não sou masoquista. Eu não gosto de sofrer e por incrível que pareça, valorizo muito mais os dias felizes (e raros) que tenho.

Penso em terapia, horóscopo, espiritismo, magia negra ou qualquer outra bobagem que possa se transformar em alguma teoria sem sentido, só pra que eu consiga viver melhor e ter na ponta da língua, explicações para as pessoas. Mas aí, paro e penso: Porque eu tenho que me explicar para alguém? Sim, dói. E eu choro e grito e bato o pé. Não me arrependo de agir como uma criança mimada em momento algum. E é isso me assusta. Enquanto todo o resto consegue fingir ser feliz em 365 dias do ano, eu admito, sem pensar duas vezes, que sou infeliz em, pelo menos, metade deles. Não, que não quero chamar atenção, muito menos, quero um monte de gente se preocupando comigo e querendo saber o tempo todo se estou me cuidando. Eu só quero ficar sozinha.

Com o passar do tempo, sem querer, descubro que a solidão é minha grande companheira. Eu gosto do silêncio e da ausência, simplesmente, porque sei me virar melhor assim. Levanto, tropeço nos meus próprios pés, mas logo depois, percebo que sei todos os passos da dança. E eu nem precisei ensaiar. Sem pensar muito, concluo que isso deve ser instinto de sobrevivência e não consigo achar a parte ruim de ser fechada e sozinha. Afinal, quem não acordou, uma vez na vida, dividido em que personalidade assumir, que atire a primeira pedra! Mas junto dela, me mandem a receita da felicidade.

segunda-feira, 5 de abril de 2010



Depois de horas analisando minha vida e meus sentimentos, percebi que cansei de ser segunda opção. Passei quase toda a minha vida, vivendo de migalhas, fazendo delas o meu banquete, mas sequer consegui admitir isso pra mim. As pessoas surgem na minha vida de maneira aleatória e mesmo assim, minha desconfianca e coração colado com qualquer cola vagabunda, não deixam com que eu controle nem metade dos meus impulsos. E aí me pego em uma dúvida cruel: Mudar é necessário para viver melhor? E o que fazer com meus princípios bobos? O que fazer se não sei ser de várias pessoas ao mesmo tempo?

E aí acredito que tem coisas que realmente não mudam. E eu não quero mudar e me adaptar a coisas que me incomodam só por medo de sofrer. Mesmo depois de perceber que fui, inúmeras vezes, nada além de uma pessoa substituta, sequei as lágrimas e rapidamente espantei toda essa depressão chata, que cisma em surgir e perturbar meus dias, todas as vezes, que me deixam sozinha. E me faço acreditar cegamente de que tudo não passa da minha personalidade leonina, que insiste em viver rodeada por gente. Mesmo que essa gente não me me ame com a mesma intensidade, nem saiba reconhecer quando um coração bate mais forte.

Sei que é meio bobo, mas não consigo não me preocupar com o dia de amanhã. Como é que eu posso esperar como-quem-não-quer-nada o grande amor da minha vida aparecer se, ao menos, encontro alguém pra andar de mãos dadas comigo? E eu já passei dessa fase de acreditar que quando menos esperarmos, aparece alguém pra bagunçar nossa vida. Mas porque diabos ninguém comenta sobre os alguéns que aparecem, bagunçam nossa vida e depois vão embora sem sequer se despedir? Sempre assim. Filho feio não tem pai. Decepções amorosas funcionam da mesma maneira.