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sábado, 24 de julho de 2010




Você já teve um grande amor? Não sabe? Você já teve alguém que bagunçou toda a sua vida, confundiu suas certezas e passou a controlar toda a mistura de sentimentos inéditos que você sequer fazia ideia de podia existir? Você já teve medo daquele ser o último beijo, o último abraço, a última vez que você ia sentir o perfume dele marcado na sua roupa? Você quis que ele fosse seu para sempre sem, ao menos, saber o que era o para sempre? Você já teve a impressão de que todas as músicas do seu ipod tornaram-se, em um piscar de olhos, trilha sonora de vocês? Você está sorrindo nesse momento, só porque respondeu sim para todas as perguntas e agora está convicta de que realmente teve um grande amor. Mas, sinceramente? Bobagem, eu sempre sou sincera, você querendo ou não. Você não teve um grande amor, não mesmo. Esse tipo de coisa acontece quando temos doze anos e não sabemos a diferença de amor para paixão.

Amor de verdade não acaba. Não diminui com uma toalha molhada em cima da cama, mesmo ele sabendo que te deixa louca quando faz isso, com a ligação que ele esqueceu de fazer, mesmo você repetindo constantemente que não consegue pregar os olhos até ele dar notícias. Quem ama de verdade, perdoa. Sabe o quanto vai ser difícil para lidar com o que outro fez, mas deixa para pensar nisso depois. Quem ama de verdade, sabe que o ódio anda de mãos dadas com o amor. Sabe que ambos se tornam companheiros inseparáveis e requer cuidado ao extremo para não machucar o outro. Amar é ser egoísta a vida toda e ter vontade de dividir seu último pedaço de chocolate, é descobrir um romantismo que nunca te pertenceu antes e usa-lo como se sempre fosse a última romântica do mundo, é finalmente entender a mágica que os casais dizem sobre ver o outro dormir, é não achar o suficiente ter o cara para você, é querer levar ele na sua casa e apresentar para toda a sua família. É ter vontade de mostrar para todo mundo o quanto ele te faz feliz e depois esconde-lo num potinho para não perder sequer um sorriso. É querer cometer loucuras momentaneas, mesmo sabendo que quando a adrenalina acabar, você terá que explicar suas atitudes.

Sabemos que amamos de verdade quando a presença dele nos persegue aqui ou na China, quando o homem dos seus sonhos te dá bola e você não tem vontade nem de contar vantagem para suas amigas, muito menos, dar confiança para ele. Quando sabemos que por mais que ele erre o tempo todo, ninguém deve dar palpite, tentando mudar seus sentimentos ou opinar sobre a relação de vocês. E se nada der certo? Tudo bem, você chora, grita e procura sinais e teorias que possam explicar porque algo tão grande e bonito não deu certo. E mesmo com toda a dor que ele te deixou, mesmo você não sendo o amor da vida dele, você não se importa. Apenas bate os ombros e se pergunta: "Se eu tivesse resistido, será que valeria a pena?". E canto sozinha que o caminho mais fácil nem sempre é melhor que o da dor.

sábado, 17 de julho de 2010



Já faz tanto tempo e parece que foi ontem que você foi embora, e sequer olhou pra trás. Meu coração e meus olhos ainda agem da mesma maneira. Desordenados e cheirando a ressaca. Mas eu não quero voltar no tempo. Não espero piedade, notícias e muito menos, amor. Você não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que deixei o cabelo crescer, qual o livro que estou lendo, com quem estou me envolvendo. Não sabe que ainda penso em nós dois de vez em quando e ainda me assusto com a maneira que você participa da minha vida. Você não sabe que passei no vestibular e uma vez ou outra, ainda procuro saber de você (Indiretamente, eu juro!). Não sabe que sua felicidade me faz feliz, mas me machuca muito. Você não sabe mais nada sobre mim e eu ainda te amo.

Eu não cresci, não pareço mais velha nem mais inteligente. Continuo acreditando que o amor é a solução e a justificativa para tudo. Meu cabelo continua tendo vida própria, meu sorriso ainda é inocente e minhas mãos permanecem suadas o tempo todo. Não me envolvi com pessoas fantásticas desde que você foi embora, não tomei coragem para terminar meu curso de inglês nem para começar o de francês. Não viajei o quanto queria, muito menos fiz tudo que eu dizia que ia fazer quando conseguisse passar para a faculdade. Eu continuo usando irregularmente os óculos, tendo enxaquecas constantes e insônias destruidoras. Não perdi a mania de descascar todo o esmalte das minhas unhas, de usar a minha mochila colorida que te assustava toda vez que me via, não deixei de comer um monte de besteiras, enquanto você é preocupado com a boa forma. Ainda tenho aquele velho hábito de só ir pra academia quando minhas calças apertam ou acordo mau humorada. Não deletei o blog que começou com a sua despedida, ainda chego antes quando marco com alguém, não consegui deixar de associar você com o shopping que frequentávamos todo domingo (Quando vejo Era do Gelo então..). Não tomei coragem pra entrar na autoescola, ainda sou viciada em tecnologia, não largo meu celular nem por um segundo.

Eu continuo sendo louca por bis branco e aqueles filmes românticos que nós sempre sabemos o final, mas fingimos ser novidade. Não perdi a esperança de encontrar o amor da minha vida e ainda escondo de muita gente, o meu lado romântico. Ainda não sei cozinhar e reconheço seu cheiro no meio de um shopping lotado de gente passando rapidamente por mim. Você não sabe nada sobre mim e levou todo o meu melhor quando foi embora. Mas assim como você não sabe nada sobre mim, eu também não faço ideia de como você esteja. Não sei se ainda tem o mesmo cheiro de tomei-banho-para-sempre, se o seu sorriso ainda continua lindo e se a sua pontualidade ainda é seu ponto forte. Não faço ideia se continua sendo virginiano demais, lotado de manias e responsabilidades, fingindo ser o homem mais forte do mundo, enquanto morre de vontade de correr pro colo da mãe quando ninguém está olhando. Não sei se ainda pensa em mim quando escuta a nossa música ou come no Spolleto. Espero que não pense em ter filhos ou levar o seu novo amor à Paris. Eu não sei nada e sei tudo.

Tenho vontade de pegar o primeiro avião e sair te procurando por aí, como nesses filmes americanos. Transbordando certeza, confiante de que você pensa em mim e só segue a vida desse jeito, para não se machucar (e me ferir de brinde). Não acredito que você seja tão egocêntrico como foi da última vez e desconfio de cada Te amo que você diz para outras pessoas. Em compensação, meu lado racional prova que não me deixou na mão. Me mostra uma série de evidências que te culpam até vida que vem e me fazem jogar a esperança no lixo, nada de colocar em baixo do tapete, não sou fraca assim. E no segundo seguinte, quando percebo que estou pensando em você, coisa que não fazia faz tempo, dou um sorrisinho de lado e me pergunto até onde vamos por alguém. Coloco a mochila nas costas e desço do ônibus rapidamente. E sorrio de novo, quando encontro quem me libertou de todos os meus medos desde que você foi embora. Pode não ser o melhor partido de todos, mas ele é exatamente como eu sonhei, cabe direitinho na minha vida e não cansa de causar um eterno rebuliço nas minhas emoções.

segunda-feira, 5 de julho de 2010



E se a vida real fosse como jogar The Sims? Onde nós podemos controlar cada passo, ter o corpo malhado, o cabelos dos sonhos, criar relacionamentos em horas e ganhar dinheiro apertando apenas três teclas. Poderíamos voltar atrás com cada emprego, relacionamento e amizade que fracassasse. Bastava não salvar tudo que vivemos, para termos a chance de fazer dar tudo certo. E se mesmo assim, a vida não fosse do jeito que planejamos, infelicidade não faria parte do nosso vocabulário. Toda vez que fosse difícil ser feliz, acumularíamos alguns pontos e mudaríamos rapidamente o nosso maior sonho, por algum que coubesse exatamente nas nossas mãos.

Nada que algumas horas em frente a televisão, uma ida ao spa ou uma viagem fora de hora para manter o cabeça cheia e um sorriso pronto no rosto. O chuveiro quebrou? A televisão pifou na hora que você resolveu assistir um programa que você sequer sabia que existia, só pra melhorar o seu humor? Compramos outro chuveiro, outra televisão, outra vida. Enjoou de ser morena, de olhos azuis e casada com um careca mau sucedido? Pronto, resolvido. É só esperar alguns minutos. O jogo vai salvar e podemos investir em outra vida mais interessante.

A vida seria previsível e nada mais teria a chance de nos machucar. Não saberíamos o que significa limite, dor, intensidade, erro e fracasso. Seríamos pequenos robôs, controlados pelo fluxo de interações que todo o resto decide por nós. Nós escolheríamos o homem da nossa vida, que por coinscidência (ou comodismo, entenda como quiser) seria nosso vizinho. Ele é casado e tem filhos, mas tudo bem. O casamento acaba, os filhos não vão ficar chateados com ele e o máximo que a ex mulher vai fazer é chutar sua lixeira em algumas madrugadas. Nada de recaídas e sentimentalismo. Só restaria frieza e aceitação.

Não saberíamos o valor de um abraço sincero, de um beijo apaixonado, de um amor não correspondido. Não teríamos o emprego dos sonhos, sequer poderíamos escolher o que fazer da vida. Sempre teria alguém dizendo o que, quando e onde deveríamos estar. Não saberíamos o significado de borboletas na barriga e mãos suadas quando vemos alguém especial. Não saberíamos o que significa indecisão, ansiedade, felicidade. Seriamos felizes por três dias. O tempo que dura uma gestação, uma promoção, um crescimento. Até sentirmos falta do que realmente dá sentido aos nossos dias. Nós não aprendemos com nossas conquistas, aprendemos com nossos erros, dores e toda a solidão que apresentam para gente com o passar dos dias. Duvide se não houver inimigos, solidão e insatisfação em algum momento. Não queira ser parte de um jogo, onde o controle é colocado acima de todos os sentimentos e vontades. Dedique horas do seu dia à ele, mas não esqueça que a realidade é muito mais interessante.

Reclamamos de falta de liberdade e independência, mas nunca paramos pra pensar que temos o mundo ao nossos pés. Ignoramos pequenos detalhes, pequenos amores, pequenos gestos. Estamos sempre querendo mais e mais, e esquecendo que o que realmente importa, nós já temos. Sem esse papo clichê de que só infeliz quem quer e que se o amor (ou a vida) não der certo, basta seguir outro caminho. Nós somos as criaturas racionais mais irracionais de todas. De que vale a inteligência, o dinheiro no bolso, a carreira dos sonhos e o casamento de anos que você se gaba pelos quatro cantos, se você não é feliz? Eu sou a favor da liberdade interior. Amo quando quero, quem eu quero e até quando achar necessário. Tenho minhas ideias fixas e vou seguir com elas até o dia que perceber que não vale mais a pena. Chuto o balde, sacudo os tapetes e lavo minha alma como se esse fosse o último dia da minha vida. Quer liberdade maior do que sentir, falar e ouvir o que der na telha? Não preciso do carro do ano, das festas mais badaladas e de uma carta de alforria para cometer todas as loucuras que minha família ou os meus amigos, em momentos de sanidade, me proíbam de fazer. Revolte-se quando achar necessário. Surte quando você não souber lidar com o que te perturba. O limite sempre esteve nas nossas mãos, só que estamos tão preocupados com todo o resto, que acabamos não tendo nada pra contar história.