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terça-feira, 31 de agosto de 2010




As mulheres crescem com os mesmos medos. Medo da menarca, de não mexer com a cabeça do sexo masculino, da primeira vez, do dia seguinte, do telefone nunca tocar, do corpo não se encaixar nos padrões que as pessoas criam, de nunca achar um amor correspondido, de terminar sozinha, da dor do parto, de barata, de não ter orgasmo. Os homens crescem com medo de fazer feio com o sexo oposto, da puberdade precoce, de ser o último a ser escolhido no futebol, de virgindade, de mostrar insegurança e ser hostilizado, de dizer pro pai que não quer seguir sua profissão, de ter um amor e ser fiel. Afinal, que homem (ou eu deveria dizer: que pessoa?) nunca teve medo de amar na hora errada e deixar de conhecer todas as coisas (e pessoas) pelo caminho? Mal sabem que o melhor da vida é feito a dois, que um relacionamento não tem hora certa pra acontecer. Mas tudo bem, o tempo ensina. Ou não.

Todos os medos se tornam compreensiveis a partir do momento que te dão limites. Se você não leva mais ninguém a sério e tem fobia de relacionamentos só porque o último não deu certo: Abre os olhos! As pessoas que mais insistem em nós, são as que mais valem a pena. Se você estudou e sacrificou todos os seus finais de semana por que sonha em ser médico ou advogado, mas não deu pra você: Lave o rosto e parta para a próxima batalha. Se é o seu sonho, não deixe que seu lado negativo aflore e perturbe o resto de esperança que te resta. Tudo que é conquistado fácil demais perde a graça. Bom mesmo é o gosto da vitória. Você sabe que perdeu anos, dispensou saídas, estudou além dos seus limites, se superou, trabalhou até seu corpo dizer não e no final, os resultados não poderiam ser melhores.

Eu tenho mil medos e fobias. Tenho medo de altura, mas tenho loucura para andar de avião. Tenho medo de me afogar (já que não sei nadar), mas faria facilmente um cruzeiro. Tenho medo de gente, mas ainda não encontrei nada melhor do que o amor. E tenho medo de machucar os outros. Diria que é raro, se não for impossível, me ver sendo egocêntrica. Não consigo usar pessoas só pra passar o tempo e não faço ideia de como se fica com uma pessoa que gosta de mim, enquanto eu não sinto nada além de carinho. Fico neurótica e me coloco o tempo todo no lugar dos outros. Não enrolo pessoas, não sei falar de sentimentos que não existem, não sei me acomodar com o que me perturba, e qualquer desamor me atormenta. E por essas e outras, morro de medo de terminar sozinha. Mas penso: Será que essas pessoas cheias de amores descartáveis não são os verdadeiros solitários? Eu não. Sou solitária, me apaixono por caras que dizem não pensar em outra pessoa, mas que basta eu virar as costas que eles repetem as mesmas frases e toques para qualquer rabo de saia que esteja disponível. Acabo me conformando com migalhas e seguro todos os farelos com as duas mãos, pra não perder nenhum sorriso.

Passei a vida superando meus pequenos medos. Medo de sofrer por amor, de tatuagem, piercings exóticos, extrair ciso, vacina, quebrar algum membro, bater a cabeça, depilação com cera quente, de perder quem eu amo, de decepcionar meu pai e principalmente, de envolver minha mãe nas minhas confusões. Tive medo de reprovação, de julgamento, de me acomodar com o que não me faz feliz, de ficar velha demais pra ir pra Disney, de sair da asa dos meus pais, de fazer algumas loucuras saudáveis, de ser feliz demais e não saber lidar com isso. E o medo de pensar demais? Porque sempre perco grandes chances. Em compensação, quando penso de menos, acabo morrendo de arrependimemto e me encho de desculpas terrivelmente ruins. Nós temos medo de nascer, de morrer e de trocar os pés pelas mãos nesse intervalo de tempo.

domingo, 15 de agosto de 2010



Preciso cortar o cabelo. Mas será que eu ainda tenho dinheiro guardado? Peraí, que dia é hoje? Ih, não acredito, o aniversário do meu irmão está chegando. Eu preciso MESMO ter dinheiro guardado. Tenho que tirar xerox de bioquimica para estudar pras provas do mês que vem. Chopada de medicina? Definitivamente, não é pra mim, nem um pêlo do meu corpo sequer mudou de posição interessado. Preferia passar o dia com ele. Ah, prometo não cismar nem me apaixonar por mais nenhum cara com pouco tempo e muitas mulheres. Puts, tinha hora pior pra minha unha quebrar? Claro que não, Thais! Tinha que ser dentro do ônibus, quando você não tem uma lixa, muito menos um remédio pra cólica infernal que já acabou com o humor do meu mês inteiro. Será que esse motorista comprou a carteira dele? Como corre, nunca vi. Não acredito, não acredito, não acredito. Esqueci meu óculos em casa de novo! Ok, quando eu tiver perdido 90% da visão, talvez o meu cérebro queira trabalhar um pouco mais e se interesse em me lembrar. Ai, que saudade dele.. E aquele beijo no olho? E aquela mulher que ia ser uma sogra incrível? Por que diabos ele tem que se encaixar tão bem nos quesitos da minha lista? Em vez de lembrar do meu meu óculos e da senha do meu cartão de crédito, você só faz questão de ficar me torturando com lembranças, né? Cérebro idiota.

Sorri. Eu estava sentada perto de uma janela que não fechava no ônibus e ventava tanto, que eu achei que nunca mais ia conseguir arrumar meu cabelo na vida. Estava um calor infernal, minha cólica estava me matando, um cara qualquer falou coisas sujas quando eu estava passando e eu jurei que ia ser assaltada quando atravessei a passarela. Tudo estava contribuindo pro maior mau humor do ano. Até que eu entrei no ônibus, me perdi em pensamentos desconexos e dei o maior sorriso do mundo sem perceber. Quer dizer, só percebi quando peguei o trocador me olhando fixamente e me chamando de maluca pelo olhar. Mas é sempre assim: Eu me apaixono pela maneira como a minha imaginação ostenta meus sentimentos. Minhas dores duram três dias, minhas lágrimas caem por três horas. E logo depois, meu lado emocional passa horas se gabando pro meu lado racional.

Quando eu menos espero, começo a relembrar tudo (Ou deveria especificar que apenas uma pessoa é responsável pelos meus sorrisos que assustam trocadores?) que me fez muito feliz nos últimos seis meses. Esqueço rapidamente da angústia, da espera e dos olhos fechados. Morreria para ganhar de novo aquele beijo no olho, aquele abraço que me deixou com o cheiro dele, pra ter aquela mão entrelaçada na minha. Não é todo dia que encontramos alguém que desacelera nossa impaciência, aumenta nossa frequência cardíaca e embaralha nossos instintos de sobrevivência. E eu morro de medo de você me perder e não saber nem metade do carinho que eu guardo aqui dentro. Tenho vontade de te sacudir, mandar você deixar de ser burro dessa maneira e olhar pra mim de novo. Mas não, me preservo, me machuco.. na esperança do meu celular tocar e sua voz acalmar toda a agonia que me cerca quando você está longe.